Tendências Engenharia Civil 2020: o que esperar do setor?


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Acompanhar as tendências da engenharia civil é um requisito para qualquer empresa e profissional que deseja se manter competitivo em um mercado repleto de avanços e transformações. Apesar da barreira cultural, a área da construção vêm mostrando avanços em aceitar as mudanças tecnológicas nos processos construtivos.

Com o uso de equipamentos, materiais e técnicas construtivas modernas, podemos criar construções mais leves, sustentáveis e duráveis. Tudo isso ajuda a reduzir os custos, melhora a produtividade e a eficiência e oferece uma construção que visa uma melhor qualidade de vida para os clientes. 

Portanto, os profissionais da construção precisam ficar atentos à todas as inovações e tecnologias que surgem no mercado constantemente. Só assim elevaremos a excelência das construções no Brasil e conseguiremos acompanhar as demandas e exigências do mercado. 

Quais as principais tendências da engenharia civil?

Confira, a seguir, quais são as tendências mais esperadas pelo mercado de construção civil no Brasil para o ano de 2020:

Foco na sustentabilidade

A preocupação com a sustentabilidade das obras tem sido cada vez maior nas construtoras, afinal, trata-se de um tema cada vez mais discutido em nossa sociedade e valorizado pelo mercado em geral.

Mais que uma forma de atender às exigências dos consumidores e diminuir os danos causados ao meio ambiente, esse tipo de diferencial também agrega melhor eficiência energética e longevidade às obras.

O uso de painéis solares para a produção de energia renovável já é uma inovação que se tornou comum nas construções brasileiras, aumentando 560% em dois anos. Mas hoje há uma alternativa ainda mais sustentável que pode substituir os painéis fotovoltaicos, os Filmes Fotovoltaicos Orgânicos. 

Conhecidos também como OPV (organic photovoltaic), essa tecnologia consiste em células fotovoltaicas orgânicas impressas em um filme fino, resistente e reciclável. Os principais benefícios em relação às tecnologias tradicionais são a leveza, flexibilidade e transparência. O OPV é sustentável desde sua fabricação e evita a emissão de 120 Kg de dióxido de carbono à cada metro quadrado de filme, por ano.

Outras tecnologias sustentáveis que tendem a ser cada vez mais incorporadas nas construções são:

  • Cisternas para captação e armazenamento de água da chuva;
  • Telhados verdes como solução termoacústica;
  • Clarabóias para iluminação; 
  • Jardins verticais para regular a temperatura interna;
  • Tijolos ecológicos.

No mesmo sentido, o reaproveitamento de materiais, como o reuso de pisos e azulejos, reaproveitamento de móveis antigos, uso de madeiras de demolição, entre outros é uma tendência para melhorar ainda mais a sustentabilidade nas edificações. 

Avanços na experiência dos usuários

Proporcionar uma experiência única, incrível e marcante aos consumidores é uma das exigências mais relevantes do mercado contemporâneo, afinal, existem opções de compra e acesso à informação em um nível nunca antes visto – fato que também aumenta a exigência dos clientes.

Com o advento das tecnologias, oferecer o melhor atendimento e experiência se tornou mais uma oportunidade. A assistência técnica aos clientes oferecida pelas empresas do setor da construção se tornou rotina desde o projeto até o pós obra, algo que mostra uma maior preocupação com o consumidor.

Uma das tecnologias em alta é o conceito de realidade aumentada, em que os futuros proprietários podem visualizar todo o ambiente pronto antes que ele comece a ser construído. Isso ajuda a melhorar a confiança entre o cliente e a empresa, já que assim ele consegue ter uma ideia detalhada do que está comprando.

A ideia de automação também está ganhando espaço nessa área. A tendência é que cada vez mais casas permitam controle integral de luz, temperatura, climatização e sistema de segurança por meio de dispositivos móveis, melhorando a habitabilidade das edificações.

Uso de drones

Já muito comuns no mercado, os drones são itens cada vez mais recorrentes no segmento construtivo, dada a sua capacidade de capturar fotos e vídeos, ou até mesmo de fazer medições, em locais antes de difícil acesso. 

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De maneira mais prática e econômica, eles permitem que dados iniciais sejam coletados em locais remotos ou até mesmo que inspeções sejam feitas durante a própria execução do projeto, sejam elas de segurança ou para checar a organização do canteiro de obras.

Os drones se destacam também na questão comercial, já que eles conseguem capturar imagens e vídeos para a publicidade da obra. Filmagens do terreno e dos arredores, da etapa de execução e da construção pronta são utilizadas para auxiliar na venda dos empreendimentos.

É fato que esse tipo de tecnologia já é crescente entre as construtoras, mas a grande tendência ligada à ela é a sua popularização, já que são esperadas quedas em seus preços, tornando o seu custo-benefício ainda melhor.

Construção industrializada

A realização de obras por meio da montagem modular de peças pré-fabricadas é uma técnica utilizada em larga escala há anos em países desenvolvidos. Já no Brasil, essas tecnologias vêm tomando cada vez mais espaço ao longo dos últimos anos, principalmente nas obras de grandes dimensões.

Mas hoje há um grande avanço na área, causado pela evolução que essa técnica tem sofrido ao longo dos anos, fazendo com que cada vez mais modelos construtivos possam se beneficiar dela.

Se antes apenas as grandes obras, como edifícios e galpões, se beneficiavam das tecnologias pré-fabricadas, hoje ela é acessível para pequenos empreendimentos, seja para a construção de casas, anexos e afins.

No Brasil, as impressoras 3D vêm ganhando bastante espaço, pois elas permitem construir peças personalizadas pré-moldadas de forma rápida e sem desperdício de materiais. Hoje já é possível construir uma casa de pequeno porte inteira e peças utilizando as impressoras. 

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Isso garante não só mais velocidade e um melhor custo-benefício para toda a construção, como também agrega um melhor padrão de qualidade e durabilidade, já que as peças são produzidas em ambiente controlado.  Além disso, as peças são mais sustentáveis, já que o desperdício de materiais é menor em suas fabricações.

Construtechs

A construção civil é o segundo pior setor de adoção de tecnologia no mundo, ficando atrás apenas da caça e da pesca. Nesse sentido surgiram as construtechs, startups e empresas de inovação que produzem soluções tecnológicas para determinados problemas da cadeia produtiva da construção. 

As construtechs que surgiram no mundo fornecem diversos serviços, variando desde aluguel de equipamentos, gerenciamento de resíduos até maquetes interativas e modelos 3D imersivos. Atualmente, no Brasil, a maioria atua com a venda e locação de imóveis, mas existem outras que oferecem serviços no setor de manutenção e decoração predial e em quase todas as áreas desde o projeto até o pós-obra.

Urbanização inteligente

Não serão apenas as construções em si que deverão sofrer transformações marcantes ao longo dos anos, mas também todo o espaço urbano em que elas se integram!

Com o uso de novas tecnologias e com a integração de dados, a capacidade de planejamento urbano será melhor, maior e mais sistêmica. Todas as edificações da cidade estarão conectadas e trabalharão em conjunto, melhorando a qualidade de vida das pessoas. 

A fim de atender tanto a necessidades individuais, quanto coletivas, as obras deverão adaptar-se em termos de impacto social, submetendo-se a processos setorização nas cidades ou até a métodos construtivos adaptáveis, como obras reconfiguráveis, ativas e regenerativas.

Máquinas automatizadas

Cada profissional realiza seu trabalho de modo distinto. Assim, nas etapas da obra em que se precisa utilizar trabalho braçal, o uso da mão de obra humana pode significar uma baixa produtividade, e até baixa qualidade do serviço ou até mesmo periculosidade, com riscos para a saúde do colaborador. 

É pensando nisso que estão sendo criados métodos de realizar etapas da construção de forma automatizada, ou seja, por meio de máquinas que fazem todo o trabalho físico. 

Através da Inteligência Artificial (IA), as máquinas conseguem, por exemplo, construir uma parede inteira encaixando os blocos cerâmicos com uma margem de erro baixíssima. Outra vantagem é que a utilização desses equipamentos robóticos reduz o risco de acidentes com operários. 

Uso inteligente de dados

A Internet das Coisas (IoT) permite a interconexão e a coleta de dados de infinitos de itens utilizados em nosso dia a dia, fornecendo insights sobre seu uso e rendimento.

Na construção civil, a internet das coisas (IoT) interconecta sensores ligados ao maquinário, aos equipamentos, aos próprios colaboradores e aos sistemas de gestão que efetuam o controle das entradas e de processos.

Dessa maneira, é possível detectar processos passíveis de melhorias ou corrigir erros de maneira imediata e automatizada, já que o próprio sistema fará esse trabalho.

Mais que otimizar a fiscalização dos canteiros, essa é uma tendência que aumentará significativamente a capacidade gerencial e, consequentemente, o desempenho mercadológico das construtoras, que se tornarão muito mais efetivas em suas atividades.

O que foi transformado e o que se manteve em relação a 2019?

Quando falamos sobre os drones, como mencionado anteriormente, eles podem até já ter sido parte das tendências da engenharia civil nos últimos anos, mas a evolução constante de sua tecnologia e a maior acessibilidade ainda o posicionam como uma tendência importante.

No mesmo sentido, questões como construções modulares, sustentabilidade e tecnologias de experiência do usuário, como a realidade aumentada, também já foram apontadas em anos anteriores como caminhos naturais do setor, mas seus avanços concretos e recorrentes fazem com que seja impossível não mencioná-los novamente para 2020!

Ainda se tratando dos avanços tecnológicos na construção civil, podemos prever ainda mais longe. Uma parceria entre o CBIC e o SENAI, o Construção 2030 é um projeto que define ações para um planejamento estratégico para o futuro da construção no Brasil, ajudando as empresas a compreenderem as tendências. O projeto já traz informações sobre inovações importantes como coworkingcoliving e colearning, canteiros zero resíduo e casas ativas e com zero manutenção.

 

FONTE: MOBUSS CONSTRUÇÃO